Kevin Marques ★

Manifesto Poliglota: Aprenda um Novo Idioma

· Kevin Marques

O artigo de hoje é um pequeno incentivo para todas as pessoas gastarem um tempinho pra aprender um idioma novo, não importa quantos você já saiba, nunca é demais. Mesmo não tendo nenhuma bagagem técnica, tento discutir as vantagens de se expor a uma forma de pensar diferente da habitual e como esse tipo de exercício é benéfico para o desenvolvimento pessoal e profissional

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Eu aprendi inglês — e quando digo “aprender” quero dizer “me sinto confortável com” — já faz mais de dois anos, não sei exatamente como foi, mas depois de um tempinho praticando já estava fazendo amigos novos no Discord e servindo de intérprete pra alguns amigos da escola. E não a muito tempo atrás, comecei a aprender espanhol; acho que vai fazer um mês já que comecei a levar a sério, mas ainda não estou conseguindo formar frases, só sei ler. Enfim, eu me beneficiei muito em aprender um novo idioma diferente do meu nativo, e só por ter começado a estudar um terceiro foi o bastante pra eu me sentir o linguista, daí — aproveitando o embalo da curiosidade — eu comecei a estudar um pouquinho do vocabulário de latim e grego.

Ainda assim com esses conhecimentos básico em inglês, e só molhando os meus pés em espanhol e latim, já foram o suficiente pra impactar de forma positiva no meu convívio; tanto comigo mesmo, quanto como membro de uma sociedade. Por causa disso, eu gostaria de compartilhar algumas coisinhas que aprendi no processo e deixar o incentivo pra você, meu caro leitor, dedique um tempo para explorar uma forma diferente de se comunicar e pensar.

E, só um adendo, eu não sou nenhum linguista de verdade (como havia dito), nem psicólogo, nem nada — tenho 18 anos, mal tirei a fralda ainda. Tudo o que irei dizer aqui é baseado em minhas próprias experiências e em algumas pesquisas que fiz nesse meio tempo que não postei nada. De qualquer forma, acho que esse post ainda será válido de escrita, porque eu realmente acho que é um assunto importante e pouco difundido por ai — pelo menos da forma em que pretendo abordá-lo no artigo de hoje.

A Razão Óbvia

Se você não recebeu esse artigo por recomendação de um amigo, ou você é um amigo meu, ou você veio pelos outros posts, ou você já é um nerdola de idiomas. O que significa que é provável que você já tenha uma certa fluência em inglês — caso eu, ou ninguém, tenha dito isso pra você, parabéns pela conquista. Talvez você tenha aprendido inglês da mesma forma que eu: por necessidade.

Eu dependo de inglês pra fuçar nas documentações de linguagens de programação ou ferramentas, eu dependo de inglês pra entender a história de um jogo e aproveitá-lo melhor, eu dependo de inglês pra ler um livro sobre um assunto recente que me interessa, etc. Venho observando que inglês está deixando de ser uma habilidade legal e se tornando algo essencial para se tornar um bom profissional, não importa qual área você esteja atuando; ou até só pra consumir uma gama maior de conteúdo (mais músicas e jogos no caso). Tanto é que um irmão de um amigo assiste vídeo no YouTube e pesquisa no Google em inglês desde os 12 aninhos de idade — pois é, meu ego se ferio ao presenciar essa cena porque eu só comecei a estudar inglês a sério com 16 anos.

Mas tá bom, essa questão de inglês ser importante para essas situações existe e é legal lembrar disso, mas o artigo não é sobre somente inglês, quero ir mais afundo em alguns tópicos específicos. Me acompanhe.

Você, com certeza, já deve ter escutado que aprender um novo idioma faz bem pra saúde mental: seus neurônios criam novas conexões, o que te torna menos provável de desenvolver mal de Alzheimer ou alguma outra doença neurológica do tipo, você coisas novas mais rápido e melhor e, finalmente, você consegue sobreviver caso você se perca em outro país. São benefícios válidos, não me entenda mal, mas o que eu quero discutir é o porque que isso acontece; e algumas outras coisas legais que se originam dessa linha de raciocínio. Quem sabe isso também te incentive a aprender um segundo, terceiro ou quarto idioma?

Aprenda, Compare, Repita: Desvende suas Raízes

Se você é um amante de história, como eu, você tem a vantagem de usar essa faculdade pra entender melhor o jeito que as palavras do idioma que você está aprendendo evoluíram com o tempo, quais povos falavam nessa língua, como a cultura deles moldou a linguagem ao seu jeito de pensar e resolver problemas. Consequentemente, você vai acabar entendendo melhor as origens de algumas palavras e seus significados do seu próprio idioma — como eu sempre digo, cognatos são importantes, se uma palavra mantém a pronúncia e/ou a escrita em múltiplos idiomas, é porque tem coisa nela.

Eu fico pensando nessas coisas… Talvez a nossa diversidade cultural, que, dentre outros, é claramente vista e apreciada na culinária e em nossas músicas, pode ter tido uma grande influência da colisão cultural durante o processo de colonização. O português europeu, o tupi (que é um idioma lindíssimo, vale a pena dar uma pesquisada se o assunto te interessa) e milhares de outros idiomas e dialetos africanos, todos eles se juntaram pra hoje o povo brasileiro zoar da cara de português que come “punheta” no almoço.

Mas mesmo que você não estude a história do país/idioma, você vai conseguir criar algumas relações entre o significado e a pronuncia de algumas palavras. Por exemplo: quando você está assistindo algum anime e percebe que o termo “kissu” em japonês é muito parecido com “kiss” em inglês; e sim, você adivinhou, “kissu” em japonês significa “beijar”, isso se dá porque ambos os idiomas tem origens germânicas. O que me leva ao próximo tópico.

Novas Formas de Pensar

Como eu disse anteriormente, aprender um novo idioma vai te fazer aprender coisas novas mais rápido. O nome dessa habilidade se chama aquisição linguística, e ela é extremamente valiosa nos dias atuais. Veja bem, idiomas por si só são formas de pensamento; não é incomum de nos depararmos com palavras que existem num idioma e não em outro — uma pessoa que só sabe falar inglês, por exemplo, sinta dificuldade de entender o que é “sobremesa” ou “saudade”.

O que eu quero dizer é: quando você se esforça pra aprender um novo idioma, você está abandonando as suas crenças e culturas por um tempo para se expor a uma nova, e isso é muito bonito. Um idioma novo é a igual a uma nova forma de pensar, de se resolver um problema, de aproveitar a vida. E, querendo ou não, isso meio que explica porque é tão complicado pra nós aprendermos um idioma novo.

Também acredito que só o fato de dedicarmos um tempo pra aprender alguma coisa nova já sirva de exercício para o nosso cérebro resolver problemas similares. E aprender uma língua nova vai fazer exatamente isso conosco, mas ainda terá o bônus de exercitar a nossa aquisição linguística, a resolver problemas fora da nossa zona de conforto; um novo idioma te dará uma perspectiva diferente de tudo da sua vida, seja para ser um amigo(a) melhor ou resolver um Segmentation: fault (core dumped) da vida.

Fun Fact: Eu Decidi Estudar Latim

Já mencionei isso no começo desse artigo, mas preciso comentar sobre, você não entende. Eu não estou estudando exatamente o idioma latim, e sim o vocabulário; ainda pretendo me aprofundar no idioma algum dia e atingir uma certa fluência, mas não é a prioridade por agora. Mas mesmo assim, cara… como vale a pena. Tem muita palavra no nosso idioma que, na minha cabeça ao menos, não faz muito sentido, existem certos padrões (um sufixo aqui, um prefixo ali) que se repetem, mas eu não entendia — por exemplo: “umbra” em latim significa “sombra” e o sufixo “pen-” ou “pre-” significa “quase” ou “próximo de”, esses conceitos me ajudam a entender o que é “penumbra” e “umbra”.

A medida que eu estudo latim, mais eu entendo o motivo de latim ter sido uma matéria no currículo escolar por muito tempo. Acho que muito do meu desempenho acadêmico se dá pelo fato de eu ter uma ideia da história do meu idioma. Eu sei que tenho muito o que melhorar, mas assim, esse artigo está razoavelmente bem escrito por causa disso tudo.

Conclusão

Aprender um idioma novo têm muitas vantagens, você se torna um profissional melhor, consegue conversar com mais pessoas, consumir novos conteúdos e, principalmente, consegue aprender a aprender. Isso ó possível porque o esforço cognitivo que você põe em aprender uma língua nova vai te ajudar a reconhecer padrões em problemas que você sequer sabia que estavam ali. Você consegue entender melhor a cultura dos países que falam o idioma e, por consequência, aprende a valorizar ainda mais a sua própria e a apreciar a diversidade que têm no mundo.

Apesar de tudo isso, ainda têm uma outra questão vale mencionar. A quantidade de idiomas que você sabe é diretamente proporcional ao quanto descolado você é. Deixando isso de lado, esquece um pouquinho que você vive em uma sociedade, que você precisa resolver todo tipo de problema diariamente, que você têm amigos pra impressionar, e tenta se divertir no processo — acho que isso é tudo o que importa no final do dia.

Latim é um idioma útil, e está longe de estar morto na minha opinião. Porém, lembrem-se que eu ainda sou um moleque de 18 anos, eu estou mais aprendendo pelo cool factor do que qualquer coisa. Não sei, me divirto com esse idioma, com a história e tudo mais, além dele soar bem sexy, querendo ou não.

Espero que este post tenha sido útil pra você. Não se esqueça de compartilhar com seus amigos caso tenha gostado e compartilhe as suas experiências e opiniões nos comentários — feedbacks são sempre bem-vindos! —, e dê uma conferida nos links em anexo, talvez tenha algum material útil pra ti.

E só pra finalizar o artigo, fica o pensamento do dia, mas em latim — e sim, eu adaptei essa tradução do Chat GPT e do Google Translate; te desafio a tentar entender o significado dessa frase pesquisando o mínimo possível: Quanto plus alios linguae disco, eo magis video Lusitanica ceteris praestare.


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