Kevin Marques ★

Windows ou Linux, qual devo usar?

· Kevin Marques

A alguns dias, um amigo meu fez um post justamente sobre o tema em questão e, no geral, eu concordo com a perspectiva dele sobre o assunto. O que me inspirou a escrever o artigo de hoje. No entanto, os comentários das pessoas que fazem questão de mencionar que a ferramenta, ou o que for, que elas usam é a melhor escolha em certas conversas também me influenciaram.

Mas antes de começar, preciso deixar claro que meus argumentos não serão baseadas em nenhum critério de avaliação complicado ou algo assim, hoje eu vou compartilhar o que eu acho do assunto em cima de minhas próprias experiências e observações. Como só experimentei Windows e só distribuições Linux baseadas em Debian/Arch até agora, só vou trazer a minha opinião sobre o assunto em geral e não em qual sistema em específico é o melhor — não tenho tanta bagagem técnica, só ideológica. Esse artigo inteiro será a minha, e somente minha, opinião, ninguém é obrigado a enxergar o mundo através de minhas lentes.

Com isso estando claro, let’s go!

Discussões, discussões e discussões…

O que mais escuto é: “Mas o Windows é melhor para jogos”, “No Linux dá pra ser mais produtivo”, “Windows é mais fácil de usar”, “Linux é mais leve”, etc.. São argumentos válidos, isso não posso negar, mas simplesmente não faz sentido na minha cabeça você julgar um OS inteiro baseado em um único aspecto, além de ser super inconveniente pra quem é mais inseguro em fazer esse tipo de escolha, principalmente o pessoal que está migrando para alguma distribuição Linux.

De qualquer forma, acho que o que pode definir um bom sistema operacional seria:

  1. Facilidade de instalação;
  2. Portabilidade, é importante lembrar que uma parcela até que grande da população ainda usa máquinas velhas;
  3. Facilidade de uso;
  4. Compatibilidade com jogos;
  5. Produtividade;
  6. Segurança;
  7. Aprendizado;
  8. Customização, tanto a aparência quanto o comportamento em baixo nível;
  9. Performance geral; e — quer você quira ou não —
  10. Conveniência.

Poderia escrever como cada OS que já usei se sobressai em cada um desses tópicos, mas não quero que o post seja todo sobre isso. Deixe-me explicar isso melhor…

Ferramenta é ferramenta

A verdade é que simplesmente não importa. Todos nós temos opiniões, filosofias, condições e, principalmente, necessidades diferentes; talvez o seu amigo prefira passar mais tempo jogando do que estudando, seus pais não devem se preocupar muito com segurança, ou a sua namorada só quer poder usar o Whatsapp ao invés de trocar a ROM do android. Ferramenta é ferramenta, cada uma tem o seu uso para resolver cada tipo de problema, e cada pessoa vai passar por problemas diferentes.

Talvez você seja um desenvolvedor, então uma distribuição Linux seja mais conveniente pra ti, um Linux Mint talvez te salve no trabalho, logo depois que seu colega derramou café no seu notebook antigo. Talvez performance seja um problema pra você, experimente um Gentoo ou um Arch e aprenda a usar um gerenciador de janelas como o i3wm ou um bspwm. Quem sabe você só queira jogar, segurança e produtividade não seja um problema para você, vai de Windows.

A maioria das pessoas não conseguem entender que o Windows, toda ISO modificada de Windows, toda distribuição tenta resolver um problema diferente para o usuário final. Nem que seja por questão de aparência. — Acho que o Linux Mint é mais bonito que o Linux Lite. — Ótimo mano, experimenta ele, mas por que você está usando o Linux Lite? — Performance, computador antigo, quero salvar ele. — Entendo, é bom experimentar. Se não der certo, sempre vai ter o Zorin OS, recomendo muito essa dai. — Beleza, depois eu do uma olhada. E ponto final.

Também é bom lembrar que existem dúzias de ferramentas para Windows que podem melhorar sua produtividade, como o AutoHotkeys, Power Toys, etc. Linux? Eu não preciso nem falar nada, nada te impede de instalar um ubuntu e, manualmente, remover tudo o que não te interessa e fazer customizações de performance, isso só vai depender de quanto tempo você tem disponível — e se não tiver também, procura uma outra distro que te agrade.

A verdade é que dá pra usar qualquer sistema operacional de forma confortável durante uma vida toda. Se você quer usar o Windows, mas performance é um problema, experimente alguma ISO modificada que resolva isso — procure por essas coisas no GitHub, de preferência. Sempre vai existir uma alternativa para a maioria das ferramentas que você usa, e mesmo se não tiver, não tem problema em fazer dual boot ou trocar de sistema mesmo, já que ele atende melhor ás suas necessidades. E sobre performance, isso sequer deveria ser um problema se o seu hardware consegue compensar, não há porque ficar preocupado com o gasto de 57 MB de RAM no boot se você têm 16 GB sobrando.

Q: Mas qual você prefere? A: SIM

Honestamente, eu simplesmente não ligo, gosto de experimentar coisas novas e consigo ser produtivo o bastante em qualquer sistema operacional, window manager ou desktop environment que me for apresentado. Gosto que o meu ambiente de trabalho seja visualmente confortável e gosto de não tirar a mão do teclado toda hora, além da questão da segurança. Ambos o Windows e o Linux me satisfazem nessas questões.

Recentemente, eu migrei para o Debian, mas antes eu decidi usar o Windows por um tempinho. Por quê? Simples, maioria esmagadora dos meus amigos usam, então eu achei que fosse uma boa ideia tentar entender como é viver no ambiente que eles vivem por um tempo, também queria me familiarizar com o sistema operacional pra conseguir resolver os problemas que acontece dentro dele caso precise, e, principalmente, porque eu quis. Não ligo de o Bash me pegar na cama com o Power Shell, me interesso por todo tipo de tecnologia sem preconceitos.

Apesar disso, ainda prefiro o Linux para o meu uso pessoal, tanto é que isso foi um motivo de eu ter instalado o GGos ao invés do Windows principal em só 80 GB do meu nvme. No meu Debian, eu gosto de usar o i3wm pra me movimentar pelas janelas e workspaces do meu computador com mais facilidade, e gosto de usar vários scripts pra automatizar meus backups e esse tipo de automação. Enfim, acredito que isso seja assunto para um post mais futuro.

Além do que, algumas coisas eu acabo optando por web apps, talvez para fazer um trabalho de escola ou algo assim. Ai nesses casos o sistema operacional não importa tanto quanto a potência do meu hardware.

Conclusão

Em resumo, eu tenho a crença que esse tipo de escolha é responsabilidade de cada um de nós individualmente, mas é importante considerar o que você ganha ou perde por usar uma ferramenta, ou seja, é seu dever pesquisar e testar alternativas que possam te ajudar com isso. O contexto que você está inserido também possa fazer uma diferença enorme, pode ser que passar por um ambiente mais hostil com o Linux seja mais vantajoso nos seus estudos de tecnologia, não só na variedade de ferramentas diferentes, mas também o próprio processo de instalar e configurar uma distro para você. Customização e jogos são mais importantes para algumas pessoas do que pra outras, então é uma outra parada que deve ser levada em consideração. No geral, não faz diferença, se você consegue ser produtivo, está confortável e se sente seguro, é só isso que importa.

Ufa, meio desabafo esse psot, mas os elitistas estavam começando a me irritar. Enfim, acho que isso deixa claro o que penso do OS que você escolheu ou vai experimentar ainda. Em algum post futuro, eu quero compartilhar o meu setup de produtividade que estou usando atualmente — quais ferramentas eu uso, sistemas operacionais, estratégias de workflow, como organizo minhas anotações, etc. Espero que você tenha gostado da leitura e não deixe de comentar o que você acha desse assunto, ovas ideias sempre serão bem vindas! Até mais.

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